A Revolução Verde e a agroindústria - 7ANO

 

Especialistas em geopolítica identificam a origem dessas mudanças nas décadas de 1940 e 1950, quando empresas norte-americanas financiaram pesquisas tecnológicas na América do Sul, com o objetivo de aumentar a produção de alimentos. À medida que essas tecnologias foram implementadas no campo, a agropecuária se aproximou dos setores industriais urbanos.



Dessa maneira, os produtos do campo são comercializados com maior valor, integrando ainda mais as culturas rurais (agricultura, pecuária, silvicultura etc.) à economia de mercado.

A expressão Revolução Verde foi criada em 1966, em uma conferência em Washington, por William Gown, que disse a um pequeno grupo de pessoas interessadas no desenvolvimento dos países com déficit de alimentos “é a Revolução Verde, feita à base de tecnologia, e não do sofrimento do povo”. 

Essas mudanças foram tão grandes que o período recebeu o nome "Revolução Verde". Com esse processo, os espaços de produção primários e secundários, antes bem divididos entre o campo e a cidade, começam a se aglutinar. Isso significa que tanto os proprietários rurais começaram a beneficiar os próprios produtos, para vendê-los com maior valor agregado, como os industriais buscaram se aproximar do campo, a fim de diminuir custos de produção.

Esse programa foi financiado pelo grupo Rockefeller, sediado em Nova Iorque. Utilizando um discurso ideológico de aumentar a produção de alimentos para acabar com a fome no mundo, o grupo Rockefeller expandiu seu mercado consumidor, fortalecendo a corporação com vendas de pacotes de insumos agrícolas, principalmente para países em desenvolvimento como Índia, Brasil e México.

O grupo patrocinou projetos em determinados países criteriosamente selecionados, as nações escolhidas foram: México, Filipinas, Estados Unidos, e, em menores proporções, o Brasil.

As sementes modificadas e desenvolvidas nos laboratórios possuem alta resistência a diferentes tipos de pragas e doenças, seu plantio, aliado à utilização de agrotóxicos, fertilizantes, implementos agrícolas e máquinas, aumenta significativamente a produção agrícola.

Constatou-se um aumento extraordinário na produção de alimentos. No México, as experiências iniciais e mais significativas foram realizadas com o trigo, que em sete anos quadruplicou sua produção. Nas Filipinas, as pesquisas foram realizadas com o arroz, o resultado foi satisfatório, havendo um grande aumento na produção e colheita.


Porém, a fome no mundo não reduziu, pois a produção dos alimentos nos países em desenvolvimento é destinada, principalmente, a países ricos industrializados, como Estados Unidos, Japão e Países da União Europeia. 

A modernização no campo alterou a estrutura agrária. Pequenos produtores que não conseguiram se adaptar às novas técnicas de produção, não atingiram produtividade suficiente para competir com grandes empresas agrícolas e se endividaram com empréstimos bancários solicitados para a mecanização das atividades, tendo como única forma de pagamento a venda da propriedade para outros produtores.

A Revolução Verde proporcionou tecnologias que atingem maior eficiência na produção agrícola, aumentando significativamente a produção de alimentos, entretanto, a fome mundial não foi solucionada, desbancando o discurso humanitário de aumentar a produção de alimentos para acabar com a fome nos países em desenvolvimento.


 


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