Atividade desertos - 8 ANO
Leia o texto a seguir do jornalista e escritoir brasileiro, membro da Academia Brasileira de Letras, Carlos Heitor Cony, que trata do desenvolvimento de atividades econômicas em áreas desérticas em Israel.
A terra é árida e pouca. Voltaire a 
descreveu como enfadonha sucessão de pedras e desertos. Até hoje é 
mais ou menos assim. Apenas arrumaram grande parte das pedras 
em forma de casas, edifícios e cidades. E os desertos, pouco a pouco, foram transformados em lavouras, pomares e jardins.
O leite e o mel nunca escorreram por lá, nem antes, nem agora. A Terra Prometida a Moisés, em termos de marketing, seria um blefe. Alguns judeus ainda acreditam numa velha piada, que o Senhor havia prometido o Canadá, mas Moisés entendeu Canaã.
O leite e o mel nunca escorreram por lá, nem antes, nem agora. A Terra Prometida a Moisés, em termos de marketing, seria um blefe. Alguns judeus ainda acreditam numa velha piada, que o Senhor havia prometido o Canadá, mas Moisés entendeu Canaã.
Beersheva era uma aldeia perdida no deserto do Neguev, talvez 
uma pousada de camelos e beduínos. Hoje é uma cidade importante, sede da Universidade Ben Gurion, chamada de "Universidade 
do Deserto".
A universidade nada 
ensinava ao deserto. O deserto é 
que ensinava à universidade.
Era necessário aprender a lição 
das pedras e da areia, sentir a sede 
do deserto e, depois, domesticá-lo. Um postal muito difundido 
naquela época mostrava uma rosa 
vermelha nascendo entre as pedras do Neguev. Não era uma rosa 
virtual. Era uma rosa de verdade 
num cenário verdadeiro.
Os judeus venceram a aridez dos 
desertos. Não tiveram o mesmo 
resultado com os vizinhos. Em 74 
e durante os anos seguintes, em 
plena Guerra Fria, cada dia na vida 
de Israel era uma vitória.
Ainda hoje, quando se vai de Tel Aviv para Jerusalém, ao lado das plantações de algodão, que é de maior qualidade do que o produto egípcio, vêem-se as carcaças dos tanques e carros de combate das guerras havidas. São monumentos e, ao mesmo tempo, lições. A palavra mais falada em Israel é "shalom" (paz). Nem por isso a guerra ou a guerrilha deixam de ser a presença maior.
Ainda hoje, quando se vai de Tel Aviv para Jerusalém, ao lado das plantações de algodão, que é de maior qualidade do que o produto egípcio, vêem-se as carcaças dos tanques e carros de combate das guerras havidas. São monumentos e, ao mesmo tempo, lições. A palavra mais falada em Israel é "shalom" (paz). Nem por isso a guerra ou a guerrilha deixam de ser a presença maior.
Fantasma visível, dia e noite, a luta se abriga em cada casa, em cada cabeça. Luta da qual todos são obrigados a participar. Em Israel não existe a instituição do "soldado desconhecido", que merece túmulo suntuoso e lâmpada votiva. Lá todos os soldados são conhecidos, têm mães que urram de dor a cada morte, têm amigos que clamam por vingança.
Os árabes estão na mesma. Daí que apesar do esfriamento da tensão mundial, nas ruas de Jerusalém ou de Tel Aviv, nas sinagogas e mesquitas, com motivos justos ou injustos, a guerra ainda não acabou. Não faltam pretextos para ambos os lados.
Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/especial/fj23049808.htm>
1) No texto, qual o significado da frase: "Os judeus venceram a aridez dos Desertos"?
2) Qual a principal atividade econômica desenvolvida nas áreas desérticas israelenses? Faça uma rápida pesquisa e descubra como isso foi possível.
 
 
