Imigrantes no Brasil - 7º Ano (11/08)


Os imigrantes no Brasil

Você sabia que as pessoas que entraram em nosso país até 1822, ano da Independência, eram somente colonizadores e, partir daí, aquelas que entraram na nação já independente receberam o nome de imigrantes?

 
O brasileiro se difere da maioria dos povos porque ele não descende de uma raça só, fato que por si explica os diferentes tipos físicos que temos. Também, antes do descobrimento do Brasil, em nosso atual território, já havia várias etnias indígenas, cada qual com sua peculiaridade. Depois, vieram os colonizadores portugueses, que ainda trouxeram africanos que passaram a ser usados como escravos. Com a libertação deles, a falta de mão de obra fez com que governo brasileiro estimulasse a imigração, movimento que envolveu o deslocamento de inúmeras pessoas, de aproximadamente 70 nacionalidades que, por uma série e motivos – incluindo falta de alimentos, de trabalho e até guerras –, adotaram o Brasil como sua segunda pátria.

Graças a essa miscelânea de povos, a partir de 1900, já não dá mais para falar do brasileiro sem citar a influência dos estrangeiros que escolheram nossa terra para viver em definitivo. Entre eles, a maioria ainda é formada por portugueses, espanhóis, japoneses, alemães, árabes e judeus. Junto aos demais povos minoritários, que aqui também chegaram, eles constituem nosso país, nossa cultura e nossa história.


O início da imigração para o Brasil
Com a Independência do Brasil, o sonho de uma vida melhor fez com que várias pessoas embarcassem em uma difícil viagem pelo Atlântico para chegar aqui, em busca de novas oportunidades. Elas foram incentivadas por campanhas do governo brasileiro que, em parceria com proprietários de terra, precisavam substituir a mão de obra dos escravos abolida com a Lei Áurea.

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Desembarque de imigrantes no Porto de Santos (SP) em 1907 | Foto: Reprodução/oviajantecomilao.blogspot.com

A maioria desses imigrantes foi trabalhar nas fazendas de café, em atividades que envolviam desde o plantio, o beneficiamento, a comercialização, o transporte e até a exportação do produto. Consequentemente, muitas cidades brasileiras também tiveram um grande aumento populacional. São Paulo, por exemplo, entre 1850 e 1899, recebeu 64 mil imigrantes, mas, quando chegou na virada do século 20, esse número saltou para 240 mil!


A chegada dos imigrantes
Normalmente, eles desembarcavam no Porto de Santos, em São Paulo, onde eram recebidos e, em seguida, embarcados em vagões de trem lotados com destino à capital paulista. Já na cidade, eles eram levados para a Hospedaria dos Imigrantes, que foi criada em 1888, no bairro do Brás, local bem próximo ao centro de São Paulo, para recebê-los.




Imagem hospedaria


Hospedaria dos Imigrantes em 1930 | Foto: Reprodução/Memorial do Imigrante

Na hospedaria, ficavam, em média, sete dias, aglomerados em quartos com capacidade para até 100 pessoas. As condições não eram fáceis para ninguém. Mesmo assim, todos os estrangeiros recebiam três refeições diárias e assistência médica. Como nenhum empregador iria contratar uma pessoa debilitada, a preocupação com os imigrantes, embora precária, era grande. Ainda no local, mas nesse mesmo ínterim de tempo, a maioria assinava os primeiros contratos de trabalho, antes de embarcarem novamente em trens com destino às fazendas onde iriam trabalhar.

A nova vida no Brasil
No começo da imigração, tudo era difícil para os estrangeiros. Eles já chegavam aqui com muitas dívidas e, como não conseguiam pagá-las, viviam em um sistema de semiescravidão. Entre eles, muitos pediam empréstimos e se viam obrigados a pagar taxas altíssimas de juros. Com o dinheiro, eles compravam ferramentas e também sustentavam a família até receber o primeiro salário, que sempre era baixo. Alguns ainda eram forçados a comprar produtos essenciais em armazéns das próprias fazendas. Tal condição, por vezes contratual, os faziam presos aos seus patrões, mesmo a contragosto. Por conseguinte, muitos começaram a fugir das fazendas, em busca de novas oportunidades nas cidades vizinhas.

Mas, nem assim conseguiam a sonhada tranquilidade, porque não havia trabalho regular, moradia e escola para seus filhos. Somava-se a isso a dificuldade de comunicação, as longas distâncias que os separavam dos entes queridos e as diferenças culturais que se tornavam evidentes no dia a dia.



Imagem agricultura


Apesar desses empecilhos, a imigração continuou alta durante o início do século 20. Porém, ela começou a diminuir após a década de 1930. Até então, o Brasil já havia recebido portugueses, italianos e até japoneses em massa. Aos poucos, todos foram se integrando à sociedade brasileira que, por sua vez, adquiriu uma característica multiétnica.


Um novo movimento imigratório
Um novo movimento imigratório ocorreu durante e após a 2ª Guerra Mundial por motivos diversos. Uns fugiam do embate que ocorria em solo europeu, outros queriam trabalhar e não encontravam empregos no Velho Continente que fora destruído pelo grande conflito. Em consequência, eles também tinham um perfil diferente dos primeiros imigrantes, cuja maioria não sabia ler.

Ao contrário deles, muitos eram alfabetizados, tinham cursos técnicos e até universitários. Dessa forma, em vez de procurarem os campos para trabalhar, eles preferiram ficar nas cidades, onde começaram a exercer uma série de atividades, principalmente comerciais e de serviços. Os poucos que foram para a agricultura o fizeram porque tinham dinheiro para comprar pequenas porções de terra, onde passaram a trabalhar para si mesmos junto à família.

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