Colonização espanhola na América

Conquista e colonização da América espanhola


Montezuma, o imperador asteca, encontra-se com Hernán Cortez. Atrás de Cortez está a índia Malinche, que serviu de intérprete nos contatos entre o conquistador espanhol e os astecas. Lienzo de Tlaxcala.

"A espada, a cruz e a fome iam dizimando
a família selvagem".
(Pablo Neruda, poeta chileno)
"As bactérias e os vírus foram os aliados mais eficazes da conquista. Os europeus traziam consigo a varíola e o tétano, várias doenças intestinais e pulmonares, a lepra, as cáries que apodreciam as bocas. Os índios morriam como moscas; seus organismos não opunham defesas contra doenças novas." (GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978. p. 30.)
Conquista y colonización de la América española
Os conquistadores espanhóis chegaram à América atrás de riquezas e do prestígio que poderiam obter servindo a Coroa. Julgavam que os indígenas, principalmente aqueles que conheciam a metalurgia e produziam objetos de metais preciosos, poderiam levá-los ao "El Dorado". Essa expressão dá nome a um lugar imaginário, cheio de maravilhas, com o qual sonhavam os homens do final da Idade Média, e ao ouro, metal tão procurado na época do mercantilismo.

O período da conquista espanhola teve início em 1519, quando Hernán Cortez arrasou o Império Asteca no México. A conquista continuou com a dominação do Império Inca, no Peru, por Francisco Pizarro e Diego Almagro (1531-1534). A conquista territorial e o extermínio de vários povos e culturas prepararam o terreno para a colonização.
"A conquista espanhola, em todas as regiões onde se viu coroada de êxito, conduziu a um processo de crise geral das culturas submetidas. Em certas situações, como no caso Arawak das Antilhas, levou ao completo desaparecimento físico da população conquistada. Noutros casos, como no México ou no Peru, ainda que não tenha eliminado totalmente a população indígena, provocou alterações e deformações profundas na cultura e no modo de vida dos povos conquistados [...]. À guisa de ilustração, relembremos o caso do México central, que possuía pouco mais de 25 milhões de índios em 1519, e se viu reduzido a cerca de 1 milhão, em 1605 [...]". VAINFAS, Ronaldo. Economia e Sociedade na América Espanhola. Rio de Janeiro: Graal, 1984. p. 40.

* A administração colonial. Conquistado o território, as autoridades espanholas passaram a organizar a exploração das riquezas. De início, a Coroa autorizava particulares a explorar uma determinada região. Esse sistema era conhecido como Adelantado. Com o passar do tempo, a metrópole foi aumentando sua autoridade direta sobre a América. Com isso, a América espanhola foi dividida em quatro vice-reinos e várias capitanias.

"Deus está no céu, o Rei está longe, e aqui
mando eu".
 

"Não é prata o que se envia à Espanha, é suor e
sangue dos índios".
(Frei Domingo de Santo Tomás)

* Uma sociedade de contrastes. Socialmente, havia dois grupos: a) o dos brancos, privilegiados, composto pelos chapetones (brancos nascidos na Espanha que realizavam funções administrativas, militares etc.) e pelos criollos (brancos nascidos na América, donos das propriedades rurais e das minas); b) o dos índios, negros e mestiços, que trabalhavam para enriquecer seus senhores.


Zambo. Artista desconhecido, ca. de 1780

Parte do clero católico se opunha à exploração do indígena, destacando-se os frades Bartolomeu de Las Casas e Antonio Montesinos. Entretanto, as leis de proteção ao nativo sempre foram desrespeitadas. Os jesuítas orientavam seu trabalho para a formação de "reduções", onde viviam milhares de indígenas, que eram alfabetizados e catequizados em sua própria língua, e se dedicaram à agricultura, à pecuária e ao artesanato. Com relação à escravidão do negro, a Igreja pouco se manifestou.  PEDRO, Antonio et all. História da civilização ocidental. São Paulo: FTD, 2005. p. 181-182.

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